Mestre Pinatti

Nome: Djamir Furtado Pinatti

Nascimento: 13/04/1930

Naturalidade: Orlândia/SP

Nacionalidade: Brasileiro

Residência: São Paulo/SP

Mestre: José de Freitas


Graduação: Grão-Mestre

Djamir Furtado Pinatti (Orlândia, 13 de Abril de 1930), Mestre de Capoeira.

O mestre Pinatti, nasceu em Orlândia, interior de São Paulo, no dia 13 de abril de 1930. Em 1935 veio para São Paulo, onde morou no Brás, no Bixiga e depois, em 1942, se mudou para a Vila Mariana, onde tem seu trabalho até hoje.

Durante sua palestra, Pinatti contou que na década de 50 tornou-se faixa preta em karatê, e começou a aprender a capoeira motivado pela obra de Lamartine Pereira da Costa (Capoeira Sem Mestre), e com base nela, estudou e ensinou movimentos de capoeira. “Quando dava aula de karatê, comecei a me interessar pela capoeira, pelos movimentos, e meus alunos também. E começamos a fazer por curiosidade. Assistia as rodas, lia os livros e fui aprendendo até conhecer o Mestre Zé de Freitas. Na época não tinha muito essa divisão de capoeira angola e capoeira regional. Eu mesmo ainda não prestava atenção nessa questão de estilo”. Pinatti contou também que foi nessa época que conheceu o mestre Suassuna e que começaram a treinar juntos.

“Começou a aparecer muita gente interessada na capoeira. Nós fazíamos as sequências de Bimba, os balões, íamos à Praça da República e o pessoal gostava muito. Foi uma época muito bacana. O Suassuna vendia livros e eu trabalhava num banco”, lembrou.

Mestre Pinatti contou que em 1972, o mestre Bimba esteve em São Paulo e reconheceu 9 mestres como precursores da capoeira em São Paulo , e oficializou quem era mestre ou não. Os 9 mestres reconhecidos por Bimba foram, além de Pinatti, os mestres Onça, Suassuna, Brasília, Joel, Gilvan, Silvestre, Limão e Zé de Freitas.

Lembrando a questão da organização da capoeira, Pinatti contou a experiência da criação das Federações, e falou sobre as competições e o debate que há ainda hoje em relação à padronização e as regras da capoeira, e sua inserção nas Olimpíadas.

“Nós fizemos o 1º Campeonato Paulista em 1975 a título de experiência, e era por categoria de peso”, explicou. “Mas foi tudo a base de improviso. Nós fazíamos, a cada campeonato, um congresso antes e um depois para discutir, e fomos aprendendo com os erros”.

Pinatti falou da dificuldade que existe nas organizações de campeonatos na capoeira. Para ele, essa é uma questão que deve ser debatida, pois a capoeira não pode ser descaracterizada, sua riqueza está numa roda aberta, está na musicalidade que dá o tom de um jogo e na beleza da sua poesia.

Após a exposição do mestre, os participantes puderam fazer perguntas e comentários, levantando dúvidas como o tipo de vestimenta usado na época, a organização da bateria numa roda, e a evolução dos movimentos no decorrer desses anos. Como não poderia faltar, uma animada roda finalizou o encontro.